sábado, 30 de setembro de 2017

Naufrágio dos séculos XVIII a XIX é achado Velho Chico

Naufrágio pode ter acontecido entre os séculos XVIII e XIX.

Publicado originalmente no Portal Infonet, em 30/09/2017.

Naufrágio dos séculos XVIII a XIX é achado Velho Chico

Embarcação foi encontrada por mergulhadores e arqueólogos

A equipe de Espeleologia e Arqueologia Subaquática da Fiscalização Preventiva Integrada do São Francisco (FPI) confirmou a descoberta de uma embarcação naufragada no ‘Velho Chico’, em uma área próxima ao núcleo urbano do município de Neópolis. Segundo a equipe, o naufrágio pode ter acontecido entre os séculos XVIII e XIX. O fato foi confirmado nessa última sexta-feira, 29.

A embarcação foi encontrada pelos mergulhadores e arqueólogos subaquáticos, Gilson Rambelli e Leandro Domingues Duran, professores e membros do Laboratório de Arqueologia de Ambientes Aquáticos no Departamento de Arqueologia da Universidade Federal de Sergipe (LAAA/UFS). Eles contaram com o apoio do comandante do Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe, o tenente-coronel Hector Silva Monteiro e de dois bombeiros da equipe.

O local da descoberta foi sinalizado provisoriamente e medido. Estiveram no local, o Ministério Público Federal em Sergipe, a Marinha do Brasil e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Em caso de naufrágios, a Marinha do Brasil  possui atribuição de autorizar qualquer tipo de estudo, pesquisa ou exploração dos bens encontrados. Nesse caso, ela foi representada pela Agência Fluvial de Penedo - AFP, responsável por todas as questões relacionadas ao leito do rio São Francisco.

Orientações à população

O patrimônio cultural subaquático no Brasil é vítima de constantes depredações. Esse desrespeito e a depredação ao patrimônio cultural subaquático, principalmente aos restos de navios naufragados (denominados Sítios de Naufrágios), devem-se, em grande parte, ao desconhecimento, a desinformação e, principalmente, à falta de identidade dos depredadores com os sítios arqueológicos que destroem.

O capitão-tenente Robson Bonfim Elias, da AFP, ressaltou que todos os bens encontrados são da União e não podem ser retirados sem autorização. A remoção de objetos ou a exploração de forma não autorizada no local da descoberta pode configurar crime e qualquer material achado deve ser entregue à Marinha. Ele alertou, ainda, que na área há risco de afogamento.

Patrimônio Cultural

Como o achado se trata de um patrimônio cultural, arqueológico histórico, o IPHAN frisou que essa embarcação pode revelar aspectos importantes sobre a história das navegações no Rio São Francisco, em um determinado período, principalmente no período de batalhas travadas na região fluvial entre Penedo e Neópolis.

O Instituto ressaltou, também, a importância da descoberta e a necessidade de realizar o registro do sítio arqueológico no cadastro nacional e de se desenvolver estudos.

“É uma alegria muito grande ver que a FPI em Sergipe pôde colaborar com uma descoberta que realça o patrimônio histórico e cultural do rio São Francisco, sobretudo, das suas navegações. Esse achado abre várias portas para trabalhos acadêmicos, estudos e treinamentos de estudantes de história e arqueologia, tanto de Sergipe quanto de outros estados. É mais uma riqueza encontrada no Velho Chico”, disse uma das coordenadoras da FPI/SE, a procuradora da República Lívia Tinôco.

Fonte e foto: FPI

Texto e imagem reproduzidos do site: infonet.com.br

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

João Vasconcelos conta sua vida de trabalho em intensidade


Publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 16/05/2011

JC 2011 - Osmário - Memórias de Sergipe. 

João Vasconcelos conta sua vida de trabalho em intensidade

Por: Osmário Santos

João Vasconcelos Tavares nasceu em 29 de abril de 1939, na cidade de Aracaju/SE. Seus pais: Otílio    Tavares de Jesus e Anita Vasconcelos Tavares.

O pai era vendedor ambulante de secos e molhados em feiras livres de Aracaju e diversas cidades do interior de Sergipe. Com ele, João Vasconcelos aprendeu a educar os filhos com todas as orientações para uma vida correta. Dele ainda tem sua forte personalidade e o tratamento com as pessoas de forma fidalga e correta.

Sua mãe teve cinco filhos: Valdice, Julita, Lourdes, José e João Vasconcelos. Dela tem seu lado religioso de cristão católico apostólico romano. “Minha mãe me batizou na igreja do Santo Antônio, onde me crismei, fiz a 1ª comunhão, me casei e fui coroinha por três anos”.

Conta que dona Anita tinha todo cuidado com a saúde de todos os filhos e quando pequenos todos eles tiveram acompanhamento médico. Registra que sua querida mãe era muito carinhosa e vivia para os filhos.

Das boas lembranças da infância, a de passear de bonde, marca memorável da cidade de Aracaju no passado. “O bonde subia a avenida João Ribeiro, parava na farmácia e no sanatório Garcia Moreno. Dentro do bonde lá estava eu com meus amiguinhos e colegas do grupo escolar”. Diz que gostava de jogar futebol, gude, pião e soltar pipa.

No Grupo Escolar José Augusto Ferraz, no bairro Industrial, iniciou os estudos e chegou ao final do então curso primário. Deu continuidade na Escola Industrial de Aracaju, como aluno do curso de eletrotécnica, mas não chegou ao final.

Passou pelo Colégio Pio Décimo, onde concluiu o curso ginasial e partiu para estudar o curso técnico em contabilidade no Colégio Tobias Barreto, saindo com o diploma de contador. “Me formei em contabilidade, tendo como colega de turma o saudoso professor Benedito Oliveira do Colégio Jackson de Figueiredo. “Ainda tenho em casa uma foto ao lado do professor Bené”.

Tomando conhecimento através de um parente da existência de uma vaga para escritório na Fábrica Sergipe Industrial – com a ressalva que não serviria para ele pois estava direcionada para uma pessoa especializada em assuntos de correspondência –, não se intimidou e foi atrás do emprego. “Propus ao Dr. Augusto, proprietário da fábrica e ao gerente da época, João Araújo Melo, que me colocasse em um outro lugar para um trabalho mais simples, já que era iniciante. Dr. Augusto me mandou fazer um teste – uma carta a punho –, perguntou se sabia datilografia e a ele mostrei o meu diploma do curso que fiz na Escola Pemundo Lessa, localizada na avenida Simeão Sobral. Na época não existia computador”.

Quando ele viu minha caligrafia e o meu texto, mostrou ao gerente da fábrica e tratou de me empregar no escritório geral da sua indústria. Na época, estava terminando o curso ginasial no Colégio Pio Décimo. Ingressei na Fábrica Sergipe Industrial em 2 de maio de 1960”.

Com o diploma de contador, João Vasconcelos também teve tempo para auxiliar o setor contábil da Sergipe Industrial – que tinha o comando do contador José Valença Freire, o “Sr. Juca”.

Revela que diariamente, antes de ir para a Usina São José do Pinheiro, na cidade de Laranjeiras, o Dr. Augusto Franco passava na Sergipe Industrial.

Sempre gentil e prestativo, por muitas vezes João Vasconcelos dirigiu o carro do médico Augusto Leite, numa época em que o famoso médico não podia dirigir. “Pegava o Dr. Augusto em sua residência, na avenida Barão de Maruim, onde hoje é a Caixa Econômica, e o conduzia ao Hospital de Cirurgia, fazendo uso do portão da entrada da Maternidade Francino Melo e Faculdade de Medicina. A chapa do carro era 009 e nem existia letras, já que se contava a dedo quem tinha carro em Aracaju”.

Relata que na Sergipe Industrial passou por vários setores. “No departamento pessoal organizei o fichário. Fiz o levantamento do patrimônio. O Dr. Augusto Franco quando comprou a empresa ela estava quase falida”.

Diz que passou pelo setor fiscal, de contabilidade e até despachava caminhões. “Sempre fui o homem de sete instrumentos. O que me pediam para resolver atendia”.

Quando João Vasconcelos se casou o Dr. Augusto cedeu uma casa para ele na rua Belém, para que ficasse próximo à fábrica. “Tudo isso o Dr. Walter Franco sabe. Ele era estudante em Belo Horizonte e o Dr. Augusto o colocava na fábrica em seus momentos de férias”.

No momento atual trabalha no setor de contabilidade. “Com muito orgulho hoje trabalho com os filhos do empresário Antônio Carlos Franco: Osvaldo e Marcos Franco, e me sinto bem”.

Casou em 1962 com a prima carnal Maria José Vasconcelos. Tem oito filhos: Jaminson, Jéfferson, Jeanne, Joseane, Jenison, Jane, Jackson e Jaqueline. “Tenho 14 netos”.

Diz que a Sergipe Industrial para ele foi tudo e continua sendo. “Muitas vezes troco o horário do meu médico, do meu dentista, porque naquela hora não posso deixar a empresa.

No dia em que completou 50 anos de Sergipe Industrial, foi homenageado pela atual direção da empresa com a fixação de um quadro na empresa em reconhecimento pela sua vida de trabalho com responsabilidade e dedicação.

Sua grande alegria é a de ter rejeitado outros empregos para permanecer na Sergipe Industrial. “Meu pai chegava para mim e dizia: não saia de lá, pois você está é com o Dr. Augusto. Rejeitei um emprego no Banco de Fomento Agrícola de Sergipe no tempo de sua inauguração, sem concurso e sem nada e com um salário maior. Mas nunca me arrependi. O Sr. Moura mandou trazer a carteira de trabalho e mais nada. O Banco do Fomento Agrícola é hoje o Banese”.

Texto e imagem reproduzidos do site: jornaldacidade.net

Prédio sede da Procuradoria do Estado de Sergipe

Foto reproduzida do blog.euvoupassar.com.br

Mercado Municipal de Aracaju










Fotos: André Morato.
Reproduzidas do blogmeudestino.com

Vista aérea da Orla de Atalaia, em Aracaju

Foto reproduzida do site: sergipenoticias.com

Orla de Atalaia, em Aracaju


Fotos: Banco de imagens da Embratur
Reproduzidas do site: togotravel.com.br

Lago artificial, na Orla de Atalaia, em Aracaju

Foto reproduzida do site: sextaadomingo.com.br

Mercado Municipal de Aracaju

Foto reproduzida do site: vidadeturista.com

Memórias em camadas: Mercados, encantos e recantos...



Publicado originalmente no site Lagarto Notícias, em 1 de junho de 2017 

Memórias em camadas: Mercados, encantos e recantos do centro de Aracaju.

Por Claudefranklin Monteiro.

Em 1979, quando o trio Vinícius Cantuária, Tomás Improta e Caetano Veloso compuseram a canção “Aracaju”, um verso em especial traduzia a essência da capital sergipana: “O melhor lugar é ser feliz”.

Nessa toada, três lugares de Aracaju se entrelaçam para expressar aquele verso: os mercados Antônio Franco, Thales Ferraz e Albano Franco. Localizados na Zona Norte de Aracaju, compõem com o antigo Colégio Nossa Senhora de Lourdes e o prédio da Associação Comercial de Sergipe, um importante extrato da vida urbana da cidade, cuja marca é a vida, em suas diferentes formas e expressões.

De volta ao tempo, é importante destacar que a ideia de mercado já estava entre as necessidades da fundação da nova capital, por Inácio Barbosa, na segunda metade do século XIX. O engenheiro Sebastião José Basílio Pirro, em 1920, seguindo o afã da modernização das cidades brasileiras de então, o projetava para onde hoje é a Praça Fausto Cardoso.

Entretanto, o Mercado Antônio Franco foi construído mais ao norte do Centro, perto da antiga região portuária, afinal, as mercadorias ainda chegavam e eram escoadas pelo Rio Sergipe. Assim, as obras foram concluídas em 1926. Aracaju dava passos largos de desenvolvimento urbanístico.

Nos anos 40, a vida em Aracaju ganhava um novo dinamismo. Era um período de guerra mundial e pós-guerra. O Antônio Franco já não dava conta de cobrir a demanda. Nesse ínterim, foi projetado e construído um segundo mercado, dedicado à memória do industrial aracajuano, Thales Ferraz. Foi inaugurado em 1948.

Quarenta anos depois, os shoppings centers invadem Aracaju: primeiro o Riomar e logo em seguida, o Jardins. Ocorreu o deslocamento natural das pessoas, lojas e produtos para a Zona Sul e o centro foi, aos poucos, se degradando, como foram também os dois mercados, tanto do ponto de vista humano, como também econômico. Reinava a bagunça e a desorganização econômica.

O tempo e a história

No final dos anos 90, os Governos de Albano Franco (Estado) e João Augusto Gama (Município) sentiram a necessidade de remodelarem o centro de Aracaju e dar a ele novo significado. A onda do turismo cultural tomava conta do mundo. Assim, a arquiteta Ana Libório foi contratada para a empreitada.

Foram necessários dois anos. No ano 2000, os dois mercados foram amplamente reformados e se somaram a um terceiro espaço: o Mercado Albano Franco. Cada um com uma função comercial específica, destaque para o Thales Ferraz que ficou com a responsabilidade social pela memória sergipana.

Três lugares, três tempos diferentes que se encontram para reavivar Aracaju, centrados que são nas pessoas, circulando, amando, brigando, negociando, agindo nos becos e em público, na rua, na praça, de dia ou de noite, no São João do povo. Enfim, na mais pura necessidade humana de ser feliz.

Texto e imagens reproduzidos do site: lagartonoticias.com.br

Pescadores no Rio Poxim, município de Aracaju

Foto campeã do concurso 'Declare seu amor por Aracaju' (2011), realizado pela
 Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA), intitulada
 'O pão deles de cada dia', do fotógrafo Adilson Andrade.
Reproduzida do site: aracaju.se.gov.br

terça-feira, 26 de setembro de 2017

Serra da Miaba: a trilha do agreste


Fotos: Divulgação.

Publicado originalmente no site Jornal da Cidade, em 25/09/2017.

Serra da Miaba: a trilha do agreste

Se o objetivo da próxima viagem for relaxar, refletir, e ter um contato maior com a natureza, fica a dica.

Por Leonardo Barreto/Colaborador
 
Disposição e sensibilidade são indispensáveis para conhecer a Serra da Miaba, no município de São Domingos, distante 76 km da capital Aracaju. O lugar tem uma das paisagens mais lindas do agreste sergipano e, apesar de pouco divulgado, é bastante frequentado. Se o objetivo da próxima viagem for relaxar, refletir, e ter um contato maior com a natureza, fica a dica!

Para chegar à Serra da Miaba, o melhor caminho é pela sede do município. De lá, siga em uma estrada de chão em torno de cinco quilômetros em direção ao povoado Tapera, onde começa a trilha.  Na chegada, a recepção é feita por uma família humilde, carente de recursos financeiros, mas rica em simpatia.

A casa de seu Domingos e dona Erondina serve como ponto de apoio para os trilheiros que desejam conhecer a Miaba. O seu Domingos, chefe da casa, é uma espécie de porteiro do lugar. É impossível falar na serra da Miaba, sem falar nele.

Quem vai de carro ou moto, pode estacionar o veículo em um grande terreiro em frente à casa do simpático casal. Para isso, paga-se 10 reais por veículo. Além disso, se o desejo for fazer a trilha sem carregar peso, seu Domingos aluga seu jeguinho, por 70 reais, para levar até o poço 17, principal lugar de banho da serra.

O melhor horário para fazer o percurso é no início da manhã, o que permite contemplar o nascer do sol, e ainda evitar um cansaço maior às altas temperaturas, características do agreste nordestino.

Pé na estrada — Carros estacionados e nas costas mochilas carregadas de frutas, biscoito e água (embutidos e enlatados se o desejo for acampar) é hora de colocar o pé na estrada e começar a trilha. O percurso é de 6km, que dura em média 3 horas de caminhada entre muitas subidas e descidas da serra.

Para chegar ao poço 17 é necessário atravessar a serra. Na primeira etapa são pouco mais de duas horas subindo até chegar no topo. O lugar é conhecido como “ar condicionado”, um verdadeiro refrigério e independentemente da hora, o vento que sopra é gelado. Só aí, faz valer a pena a primeira etapa da caminhada.

Depois do descanso no “ar condicionado”, é só seguir em frente, agora descendo, por cerca de 40 minutos, até ouvir os primeiros sons de queda d´agua. O lugar é um verdadeiro oásis, e mesmo em períodos de seca, o riacho permanece banhando a região.

Quem deseja acampar, monta suas barracas nas regiões que margeiam o riacho, e a integração, as novas amizades, e as rodas de música, comum aos grupos que lá frequentam, acontecem no poço 17. O lugar tem uma pequena queda d’água, com cerca de três metros, e a profundidade chega a mais de 2 metros, com águas cristalinas, e frias, que com o calor e o cansaço da caminhada se tornam ainda mais prazerosas.

Tanto na região do poço quanto no caminho até chegar lá é possível ter visões panorâmicas da região agreste, e ainda contemplar a beleza de flores, que dão as boas-vindas ao visitante da Miaba.

Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldacidade.net

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Sergipe e a História da sua Amada Bandeira

Foto: José Luís Silva.

Publicado originalmente no site Expressão Sergipana, em 8 de julho de 2017.

Sergipe e a História da sua Amada Bandeira. 
Por Osvaldo Ferreira Neto.

“Sinto saudade do meu Sergipe pois a distância é grande, mas quando navio está na Boca do Rio Sergipe e vejo a pequenina em verde e amarelinho, listrada com a cinco estrelinhas tremulando no Porto do Aracaju a saudade se vai e a acolhida chega” (Jenner Augusto, 04 de Agosto de 1953)

Nesse sábado (8 de julho de 2017), nosso querido estado festeja os seus 197 anos de emancipação política. Comemoramos a nossa autonomia em relação ao estado da Bahia. Para celebrar esse dia tão importante para nossa Expressão Sergipana e seus leitores, o Senta que lá vem história contará um pouco da história da nossa bandeira sergipana.

Antes de conhecermos a nossa bandeira é importantíssimo para nossa compreensão saber a denominação da palavra símbolo, pois a nossa bandeira é um símbolo. Segundo os dicionários, símbolo é tudo o que representa, sugere ou substitui alguma coisa, um local, um povo e uma ideia. Os símbolos estão presentes em diversos locais e visíveis no nosso dia-a-dia.

O nosso estado tem muitos símbolos, mas hoje iremos conhecer um dos principais, que é a nossa flâmula. Surgiu em 23 de julho de 1897, há 120 anos, quando o negociador e industrial do sal, o sergipano José Rodrigues Bastos Coelho, observou a necessidade de suas embarcações terem um estandarte que identificasse o estado de origem nos portos que atracava mundo a fora.

Assim, Bastos Coelho elaborou o pavilhão para esse propósito e assim surgiu a bandeira de Sergipe. Formada por um retângulo com quatro listras – alternando as cores verde e amarelo -, e um retângulo azul na parte superior à esquerda, com quatro estrelas brancas de cinco raios, passou a ser conhecida, nos portos frequentados pelos navios de Bastos Coelho, como a “Bandeira Sergipana”.

As cores usadas foram as nacionais e as estrelas representavam quatro barras (Real, Vaza-Barris, Cotinguiba (atual Sergipe) e São Francisco), talvez as mais navegadas pelo negociante. Mas só em 19 de outubro de 1920 que é promulgada a Lei nº 795, pelo então governador Pereira Lobo, que determinava a bandeira oficial de Sergipe, sendo uma das homenagens alusivas ao centenário da emancipação política. E no dia 24 de outubro de 1920, a bandeira oficial de Sergipe foi hasteada pela primeira vez na fachada do Palácio do Governo, na Praça Fausto Cardoso, em nossa capital, ficando ao lado da bandeira nacional e também acrescentando mais uma estrela maior no centro das outras quatro para representar o número exato das barras sergipanas, com o acréscimo da Japaratuba.

Em 07 de Maio de 1951, o deputado psdista, Antônio Franco Filho apresentou a Lei nº 412, que alterava os símbolos geométricos e as dimensões heráldicas. A bandeira semelhava à norte-americana, só mudando as cores para verde, amarelo, azul e branco e colocando as estrelas em dimensão menor, representando os municípios sergipanos existentes em 1951. Segundo o citado deputado, “Sergipe deve homenagear e ter como exemplo uma nação desenvolvida e evoluída economicamente, cultural e socialmente, que é os Estados Unidos da América”. A Lei foi aprovada por 10 dos 19 deputados que legislavam na Alese em 30 de outubro de 1951.

Mas a lei recebeu inúmeras críticas por parte de políticos e intelectuais sergipanos. Um dos maiores opositores desta lei foi o jornalista socialista Orlando Dantas. Ele chamava a então bandeira de “Bandeira do plágio explícito e sem alma sergipana”. Tanto é que essa bandeira inspirada nos Yankees durou 1 ano e 2 meses. Em 03 de dezembro de 1952 foi restabelecida a bandeira anterior pelo então governador Arnaldo Rollemberg Garcez, através da Lei nº 458. Essa lei determinou o significado de cada estrela branca de cinco pontas, sendo mudado o nome da Barra do Cotinguiba para Barra do Sergipe, pois até 1926 se achava que a Foz que ficava entre a Ilha de Santa Luzia e Aracaju era do Rio Cotinguiba e não do nosso querido Rio Sergipe. E também foi essa Lei que determinou que a estrela maior representava a maior Foz de Sergipe que é do Rio São Francisco.

Com a Constituição Estadual de 1989, o então deputado estadual constituinte do PT, Marcelo Déda Chagas, apresentou um artigo que determinava o significado de cada representação heráldica que ficou assim as cores da bandeira de Sergipe representando a integração do estado ao Brasil. As estrelas representam as cinco barras (fozes de rios) existentes: a estrela maior o São Francisco e as menores: o rio Japaratuba; o rio Sergipe; o rio Vaza-Barris e o rio Real. Então, a partir de hoje, ao olharmos a nossa querida bandeira, tenhamos em mente que ele carrega muitas histórias e que simboliza nossa gente e nosso querido estado de Sergipe. Parabéns Sergipe pelos seus 197 anos de emancipação política e a todos os sergipanos.

Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br

domingo, 24 de setembro de 2017

Vista aérea da cidade de Tobias Barreto

Foto reproduzida do site: tobiasbarreto.wordpress.com

Vista aérea da cidade de Tobias Barreto

Foto reproduzida do site: dicasdeviagem.club

Mirante da 13 de Julho, na Avenida Beira Mar, em Aracaju

Foto reproduzida do site da PMA.

Após milagre, cidade em Sergipe recebe o nome de N. S. Aparecida

 Imagem em homenagem à santa fica no centro da cidade (Foto: Divulgação).

Romaria reúne milhares em cidade no Sergipe em 12 de outubro (Foto: Divulgação).

Após milagre, cidade em Sergipe recebe o nome de Nossa Senhora Aparecida

Maniçoba mudou de nome depois que fundador teve dor de dente que quase o levou à morte. Por cura, ele fez promessa à Santa.

Dez cidades brasileiras homenageiam Nossa Senhora Aparecida no nome. O levantamento foi feito pelo G1 com base na informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de São Paulo, onde Aparecida guarda o maior templo dedicado à Maria no mundo, também há cidades que carregam a fé no nome em Goiás, Paraíba, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e Sergipe. Em Sergipe, um milagre mudou o nome de um povoado, que hoje é destino de romarias em homenagem à Padroeira no nordeste.

A historiadora Isabela Cruz explica a origem da cidade de Nossa Senhora Aparecida, que antes de ser 'batizada' era um povoado conhecido por Maniçoba. O filho de um dos fundadores da comunidade, José Torquato de Jesus, deixou a cidade aos 33 anos, em 1956, para viver em São Paulo, onde anos depois adoeceu.

O problema teria começado com um dente inflamado, situação que se agravou. José passou por especialistas, fez cirurgias e tomou medicamentos, mas sem conseguir a cura defintiva para o problema. Com o tempo, o inchaço tomou conta do pescoço, impedindo que ele se alimentasse. A família recebeu dos médicos a notícia de que a situação era irreversível.

A história é contada no livro 'Nossa Senhora Aparecida, história, fé e identidade', publicado em outubro de 2015 por três pesquisadores, entre eles Isabela, que é da família do fundador da cidade.
Segundo a historiadora, após o diagnóstico desfavorável dado a José Torquato, a família se uniu em oração e ele prometeu à santa que batizaria a cidade com seu nome caso fosse curado.

Não há como datar a cura, mas ele teve melhora do quadro de saúde entre 12 e 30 de maio daquele ano e, então, cumpriu a promessa. A cidade foi oficialmente reconhecida com o novo nome em 24 de dezembro de 1975.

"A homenagem à santa é um marco na história da cidade e faz parte da identidade dos moradores. A devoção acompanhou as famílias e a tradição das promessas permanece", explicou Isabela.

A cidade, que fica a cerca de 96 km da capital Aracajú, tem hoje cerca de 8,8 mil habitantes. A economia é baseada na agropecuária e comércio. A devoção dos fundadores permaneceu e o município é destino de fiéis no Estado.

Segundo o Padre Douglas Gonçalves, da paróquia local, a cidade recebe cerca de 200 mil fiéis por ano. "A paróquia dedicada à santa tem cerca de 9 mil fiéis e todos os anos a cidade se prepara para outubro, em que tem grande número de romeiros. A maior parte vem para a tradicional romaria, que reúne uma média de 100 mil pessoas”, explica Padre Douglas.

Na romaria do dia 12 de outubro, os devotos percorrem cerca de sete quilômetros até a paróquia local. Neste ano, o evento vai contar com apresentações musicais e atrações em comemoração aos 300 anos do encontro da imagem.

Texto e imagens reproduzidos do site: clicksergipe.com.br

sábado, 23 de setembro de 2017

Fusquinha que honra o nome





Gilson Portela ao lado de “Celebridade”, seu
Fusquinha do coração/Cinform

Publicado originalmente no site do Cinform, em 23/09/2017.

Fusquinha que honra o nome.

Por  Anderson Christian.
veiculos@cinform.com.br

Sonho do proprietário vira realidade em trabalho artesanal, mas que teve resultado profissional nesse Fusca 1969

Aí você vai a Itabaiana. Na sequência, visita um dos ícones da cidade, a Rádio Princesa da Serra, a primeira emissora do interior sergipano. Então, na porta da emissora, a depender do horário, você pode achar essa belezura: um Fusca 1969, motor 1600. E, finalmente, conhecer Gilson Portela, radialista, do alto dos seus 70 anos – “Mas se eu pudesse não sairia do 69, que é uma idade que combina mais comigo”, diz, entre risos.

E então, qual a história desse Fusquinha, literalmente? “Bom, eu chamo ele de “Celebridade”. E já é uma tradição antiga nossa, a de gostar de Fusca. Esse mesmo eu tenho há quinze anos e ele é único, foi idealizado por mim e com o talento do professor Marcos, que é professor de Educação Física, já foi técnico e preparador físico do Itabaiana, e é o melhor chapista automotivo do Brasil, pois assim o considero, até porque esse não é o primeiro que ele faz”, conta Gilson.

E, finalmente, descobrimos o que deixou esse modelo 69 – “meia nove, viu?”, insiste Gilson – tão especial: Marcos, que é personagem para ser conhecido em detalhes numa outra edição do CINFORM Veículos, reduziu a distância entre eixos desse Fusca em cerca de 55 centímetros. “Um pouco mais ou um pouco menos”, destaca Gilson.

Detalhes tão pequenos. 

“Esse santo-antônio sai, e assim sai essa capota de lona que fui eu também que idealizei. Aí ele fica inteiramente conversível”, reforça Gilson, dando um caráter meio carnavalesco ao carrinho. “Quando vou a Neópolis, no Carnaval, o pessoal fica doido pelo “Celebridade””, ri Gilson.

Se vai a Neópolis, pega estrada, né não? “E muita. Quando vou a Aracaju, à praia do Jatobá, tenho que parar para o pessoal tirar foto, para perguntar algo sobre o carro”. E, dentre o que o pessoal quer saber, o motor, explica Gilson, é original, numa versão 1600 cilindradas, um clássico dentre os Fuscas.

Com uma modificação tão profunda, na diminuição do cumprimento, o desempenho, garante Gilson, segue muito bom. “É igual a como era antes, desenvolve velocidade sem nenhum embaraço. Só que um carro como esses, com certeza gera aventuras. E qual teria sido a maior delas?

“Olha, foi uma vez que eu estava fazendo uma viagem, e um policial rodoviário pediu para que eu mostrasse os documentos, que estão certo, adaptados, sem nenhum problema. Mas antes de abrir a carteira, o policial viu que eu era flamenguista, pois minha carteira tem o escudo do Flamengo. Mas isso ele podia ter visto antes, pois a cor e muitos detalhes no “Celebridade” são em homenagem ao Flamengo. Bom, mas aí o policial disse: “pode seguir, você é da família flamenguista”. Rimos e eu segui viagem”, finaliza Gilson Portela.

Texto e imagens reproduzidos do site: cinform.com.br

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

O vôo das cardinheiras e a sombra do corvo


Publicado originalmente no blog LEC, em 19/08/2017

O vôo das cardinheiras e a sombra do corvo
Por Luiz Eduardo Costa.

Fazia mais de dez anos que elas não apareciam. Finalmente, com as chuvas e a caatinga verdejante, os matos rasteiros exibindo fartas sementinhas, elas, as cardinheiras, reapareceram. E vieram, sem exageros, às centenas de milhares. Nos sertões de Sergipe passam, voando em todas as direções os bandos compactos, impressionantemente numerosos das pombinhas velozes e inquietas.

Eram tão familiares aos nordestinos sertanejos, mas rarearam, talvez espantadas pelo rigor das secas, pelo cheiro de queimado da caatinga virando carvão. A ciência deu a elas um nome vistoso: Zenaida auriculata, e a dividiu em cinco subespécies: a que vive exclusivamente aqui pelo nordeste é a Zenaida auriculata noronha. Mas os apelidos, inúmeros, quem lhes botou foi o matuto encantado com aquelas nuvens de vida exuberante, passando sobre suas cabeças.

Vejamos: cardinheira, arribação, avoante, pararí, pomba-do-sertão, pomba-de-bando, cardigueira, jurití-carregadeira, ribaçã, este último escolhido por Gonzaga para incluir a esquiva e singular pomba nas suas músicas-hinos, sensivelmente telúricas. Depois da Asa-Branca, a ribaçã é a ave mais celebrada do nordeste. As arribaçãs preferem o semiárido. Fazem os ninhais despejando displicentemente seus ovos onde existam malhadas.

Desta vez escolheram os pastos de Santa Rosa do Ermírio em Poço Redondo. Os ovos , aos milhares, ficam espalhados pelo chão sem serem chocados, e dos que escapam dos predadores, caracarás, cancãos, teiús, raposas, jaguatiricas, guaxinins, saem os ¨brugelos¨ que emplumam rápido, e em 15 dias voam. Essa capacidade extrema de resistir e proliferar faz das avoantes um presente ¨caído do ceu¨, e que chega, muitas vezes, quando a fome atormenta o nordestino, desta vez, consequência do desemprego e redução dos programas sociais.

As ribaçãns estão sendo intensivamente caçadas. As pessoas saem a fachear à noite com lanternas e varas procurando-as na caatinga. O extermínio é enorme. Há quem diga, cheio de orgulho de caçador, que abate mais de mil aves por noite. Uma avoante pesa uns 130 gramas, assim, três delas, comidas com farinha seca, matam a fome de uma pessoa. São também vendidas a 50 centavos para se transformarem em tira-gosto, custando, nos botequins, de 70 centavos a um real.

As cardinheiras, aves monogâmicas, formam casais permanentes. Entre os irracionais a monogamia ainda subsiste. Os papagaios e periquitos são definitivamente monogâmicos, quando um do casal morre, o outro fica viúvo pelo resto da vida; já a cardinheira, se um dos dois morre, logo outro casal se forma. Talvez, esse seja o segredo da sua impressionante capacidade de reproduzir-se. Nunca antes, morreram tantas cardinheiras, e nunca antes, tanta gente teve a fome saciada com a proteína que chegou batendo asas.

Talvez essa seja a última grande revoada das cardinheiras. Dos bandos enormes muito pouco restará, porque o sertanejo empobreceu mais ainda, e tem fome. Os filhotes são alimentados pelos pais que regurgitam o alimento, mas, quando o casal desaparece os ¨bruguelos¨ não sobrevivem.

No ninhal de Santa Rosa do Ermírio, o mau cheiro dos ¨bruguelos¨ que morreram de inanição, na orfandade dos pais exterminados, se espalha até aonde o vento o transporta. Tanto já tratamos aqui de avoantes, e então, onde entraria a sombra do corvo? O poema The Raven, O Corvo, é um dos mais traduzidos em línguas diversas, tarefa dificílima.

No Brasil há algumas traduções, todavia, a melhor é a que foi preciosamente feita por Machado de Assis. O autor do célebre poema, o americano Edgard Alan Poe foi um intelectual atormentado pela angústia e os desencontros de uma vida sem rumo e desregrada. O Corvo que em noite escura e fria entra no quarto onde o poeta não concilia o sono, é a própria representação dos maus presságios, das desgraças que se avizinham.

O poeta tenta afastar ou exorcisar a malsinada, diabólica ave soturna, mas o corvo permanece, acaba por incorporar-se a um busto de mármore da deusa Palas. É uma espécie de maldição que não pode ser contida. A sombra fatídica de um corvo devastador, atrevido e diabólico, e empoleirado em Brasília, espalhou-se pelo Brasil. Debaixo dessa sombra nem as prolíficas cardinheiras escapam.

Publicado originalmente no blogluizeduardocosta.com.br

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Tupã da Viola (1947 - 2017)

Foto reproduzida do site: culturadigital.br e postada pelo blog 
"Minha Terra...", para ilustrar o presente artigo.

Osmário - Memórias de Sergipe (JC 2011).

Texto publicado originalmente no site do Jornal da Cidade, em 02/04/2012  

Tupã da Viola

Por Osmário Santos.

Gerson Batista dos Santos, nasceu a 07 de julho de 1947, na fazenda Quití, da Usina Proveito, na cidade de Capela – SE. Nome de seus pais: Antônio Batista dos Santos e Maria Gerusa de Jesus.

Pelas graças de Deus seus pais continuam vivos. O pai levou uma vida de agricultor e sempre trabalhou na Fazenda Quití no serviço braçal. De seu pai herdou a dignidade, honestidade e a seriedade nos seus trabalhos e na sua vida familiar. Sua mãe nasceu em Alagoas e teve 11 filhos, sendo que estão vivos.

Quando contava com 3 anos de idade o menino Gerson partiu de trem para a cidade de São Paulo. “Nessa época era eu e o meu irmão mais velho. Chegando na capital paulista fomos morar na pequena cidade de Gricélio onde fui registrado. 

Em São Paulo seu pai passou a trabalhar na plantação e colheita de café. “Trabalhava meu pai e a minha mãe”.  

O menino Gerson iniciou os estudos na Fazenda Taramas, na cidade de Lins, cidade em que seus  pais  conquistaram  novo emprego. Faltando um ano para o filho completar o então curso primário, seus pais mudam de emprego, o que força o menino Gerson passar 10 anos sem estudar. “Passei a trabalhar com os meus pais  na plantação de algodão”.

No ano de 1964 assustado com o Golpe Militar, os pais resolvem retornar  para Sergipe e voltam para a cidade de Capela. “Na minha mente veio a música caipira de lá. Para trabalhar de sol a sol tinha de cantar, se não o dia não passava. Mesmo desafinado cantava”.

Com o dinheiro conquistado pelo trabalho  em São Paulo, seus pais compram uma casa na cidade de Capela onde estão até  hoje.

Sem rádio e querendo ouvir a música caipira seguiu o conselho de sua tia de se contentar em cantar. “Comprei um violão e minha vizinha Luiza, que sabia tocar, se prontificou a me ensinar, mas quando me deu a primeira lição se mudou de Capela.  Tive que me virar e foi difícil, pois o ponteado da viola  que estava na mente era difícil de tirar porque não ensina na escola. Me virei escutando aqui e escutando acolá. Como a minha vizinha tinha me ensinado a afinar, afinei minha viola do meu jeito e comecei a cantar músicas dos outros, como Tonico e Tinoco, Zico e Zeca, Lio e Léo, Zilo e Zaula, Leôncio e Leoneu, Sulino e Marueira, Zé Carreiro e Carreirinho, Lourenço e Lourival e outros. Foram músicas da minha infância em São Paulo e que estavam na minha mente.  Cantava em Capela e Itabaiana”.   

Quando chegou de São Paulo com seus pais, Gerson foi trabalhar  no canavial  na condição de sementeiro da Fazenda Quití. “Foi quando encontrei com Nelson, conterrâneo de Capela, que morava no Paraná. Ele sempre viajava para a cidade de Jacarezinho, em São Paulo,  onde aprendeu a cantar. Daí fizemos uma dupla muito boa. Era Gilson e Nelson”.

No seu tempo de São Paulo, Gerson passou a jogar num time da categoria juvenil na condição de atacante.  Como era bom de bola recebeu o apelido de Tupã, porque jogava igual ao jogador Tupã do Palmeiras.

Na cidade de Capela chegou a jogar no  famoso time Rio Branco. Retorna aos estudos na escola do time  de futebol. Passa no  exame  de admissão para  o ginásio e chega ao final do curso. “Foi quando encontrei aquela que seria minha esposa  no curso do Mobral. Ela é de Aquidabã e ficou admirada com a minha inteligência. Se  engraçou comigo e só fui na casa dela uma vez. Na outra já trouxe. Foi um namoro de um dia (risos) e a gente já vai com 38 anos de casados”.

No início de 1974 Gerson vem morar com a família em Aracaju.  “Quando casei trabalhava como apontador da   construtora J. Veloso  e quando terminou a obra já era o gerente da obra. A construtora queria me levar para  Salvador mas não quis”.

Em Aracaju consegue emprego na indústria de beneficiamento de mármore de Cícero Gentil, na Rua Geru, no Centro de Aracaju. “Trabalhei oito meses em vista que surgiu uma vaga na Metal Norte, na Praça Princesa Isabel -  do Sr. José Alves do Nascimento e Paulo Prata de Andrade, que trabalhava com esquadrias de alumínio. Por um tempo trabalhei na sede do  Distrito Industrial  e depois voltei e fiquei com o filho por 10 anos. Na Metal Norte tomava conta dos funcionários, pegava as encomendas, fazia entrega, preparava o material, distribuía e com isso fui aprendendo e aprendi o macete e fiz uma pequena indústria na Rua Maranhão. Foi quando fiz as esquadrias do JORNAL DA CIDADE, um dos meus primeiros trabalhos”.

Gosta de um terreno na Avenida Hermes Fontes, compra  e nele  constrói sua casa e  oficina de trabalho onde está  até hoje. Em março vai fazer 27 anos. Diz que trabalha com alumínio, ferro e aço.

Diante do seu gosto pela música sertaneja começa a cantar nos finais de semana em frente da sua oficina na Hermes Fontes e desperta a atenção do professor de música Alvino Argolo, que o convidou para participar do seu programa dominical. “Ele que me  batizou como Tupã da Viola  e por três anos fiquei tocando no seu programa de rádio”. 

Sempre é convidado para tocar em festas do interior sergipano. Minha primeira apresentação foi no Encontro Cultural de Alagadiço, que contou com a participação de 20 bandas. “Depois mandaram me convidar três vezes”. 

Revela que já cantou na casa de shows Suburbia, na orla de Atalaia  e sempre é convidado por fazendeiros para cantar. Onde se apresenta sempre leva seu CD para vender que tem a música Forró da Volta como atração. “O CD de Tupã da Viola vende como farinha”.

Casou com Sônia Maria dos Santos, em 1973, na cidade de Capela. Tem quatro filhos:  Ana Cristina Batista dos Santos, Gerson Batista dos Santos Júnior, Crislane Batista dos Santos e Geferson Batista dos  Santos. É avô de Ana Júlia Batista Gomes e João Pedro Batista.

Texto reproduzido do site: jornaldacidade.net

Memória - Deputado Antônio Torres Júnior

Governador de Sergipe Luís Garcia, Presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe 
Deputado Antonio Torres Junior, Arcebispo de Sergipe Dom José Vicente Távora 
recepcionando a “Comitiva Episcopal” liderada pelo Núncio Apostólico do Brasil 
Dom Armando Lombardi no Aeroporto Santa Maria em Aracaju - SE.

Cerimonial ainda no Aeroporto Santa Maria.Indicado com a seta 2. Dom Jose Brandão de 
Castro, presidente da Assembleia Legislativa deputado Antonio Torres Junior, 
Núncio Apostólico do Brasil Dom Armando Lombardi , 
Governador de Sergipe Luis Garcia e Cel. Aloisio Tavares Santos.

Na sede da diocese de Propriá. O Presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe deputado Antonio Torres Junior, Núncio Apostólico do Brasil Armando Lombardi, Governador de Sergipe Luís Garcia, Vice Governador Dionísio de Araújo Machado e o Presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador João Bosco de Andrade Lima.

O Núncio Apostólico do Brasil Armando Lombardi ladeado pelo Governador de Sergipe Luís Garcia e o Presidente da Assembleia Legislativa Deputado 
Antonio Torres Junior tomando um licor de Jenipapo.

Despedida do Núncio Apostólico do Brasil Armando Lombardi 
no Palácio Olímpio Campos com o presidente da 
Assembleia Legislativa de Sergipe Deputado Antonio Torres Junior.

Posse de Dom Jose Brandão de Castro na sede da Diocese de Propriá em 16/10/1960.
Fotos: Acervo família Torres Júnior. 
Reproduzida do Facebook/Ângelo Maurício Torres.
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Reações, curtidas e comentários, em postagem original, no perfil do 
Facebook/Angelo Mauricio Torres.
http://bit.ly/2fiHWmt